O que é o método PEF
 (pegada ambiental do produto)?

Ansiosa por implementar uma avaliação ambiental harmonizada com os outros actores do mercado, a DECATHLON aderiu ao projeto PEF (pegada ambiental do produto) lançado pela Comissão Europeia em 2013. Este projeto tem como objetivo definir uma metodologia de análise de ciclo de vida harmonizada a nível europeu.

Atualmente, o método PEF (pegada ambiental do produto) é o método de avaliação ambiental mais maduro e abrangente do ponto de vista científico, tendo em conta 16 indicadores ambientais. Apresenta ainda uma pontuação global que agrega todos os indicadores, ponderada por outros factores como a durabilidade e a reparabilidade do produto.

A PEF é uma metodologia desenvolvida pela Comissão Europeia. O objetivo é considerar todo o ciclo de vida de um produto (desde a extração da matéria-prima até ao fim de vida) para determinar o seu impacto global.

A primeira questão deste projeto é : qual é a função que este produto vai desempenhar? Para uma t-shirt, por exemplo, pode ser a possibilidade de ser usada 50 vezes, 100 vezes… A partir daí, é possível enquadrar as etapas do ciclo de vida. No caso desta t-shirt, se for usada 100 vezes, será potencialmente lavada 100 vezes, o que requer a utilização de detergente, energia para a máquina de lavar, água, etc. Se se tratasse de um aparelho electrónico, seria o consumo de energia durante um ciclo de carregamento que teria sido tido em conta...

A Decathlon utiliza dois tipos de dados para calcular o impacto dos seus produtos:
- Dados de atividade relativos a um produto (consumo de energia de um processo de transformação, distância de transporte, temperatura de lavagem de uma peça de vestuário, etc.) introduzidos pelos nossos engenheiros de produto.
- Bases de dados ambientais, que apresentam o impacto ambiental dos principais materiais ou processos. Correspondem ao impacto ambiental, por exemplo, da produção de fio de algodão, da sua tinturaria, da produção de um kWh de eletricidade a partir do mix tecnológico nacional, etc.

A Decathlon utiliza principalmente a base de dados IMPACTS® da ADEME e os dados da base de dados EcoInvent. Quando faltam materiais ou processos cruciais, a Decathlon desenvolve estes dados ambientais em colaboração com consultores de investigação especializados na análise do ciclo de vida.
No seu conjunto, estes dois tipos de fontes constituem a base de dados Decathlon.

As metodologias de avaliação ambiental seguem um processo de melhoria contínua para incorporar os últimos desenvolvimentos científicos na medição do impacto ambiental dos produtos. As bases de dados são actualizadas periodicamente para permitir uma medição mais precisa do impacto. Por conseguinte, a Decathlon recalcula regularmente as pegadas de carbono dos seus produtos.
Últimas actualizações: dezembro de 2022 e agosto de 2023.

O objetivo da PEF é especificar as normas, homogeneizar a forma como as análises do ciclo de vida são realizadas, especificar as regras de modelização para uma categoria de produtos, aplicar regras semelhantes na União Europeia… Este "alinhamento" é também uma parte importante desta metodologia: ao basear-se em normas internacionalmente aceites da Organização Internacional de Normalização (ISO), por exemplo, 14040 e 14044, é um método testado, comprovado e aprovado. O método também foi referenciado no projeto de legislação da Comissão Europeia publicado em Março de 2022.

O interesse da PEF é, por consequência, ajudar a aumentar a sensibilização para os impactos ambientais dos produtos que colocamos no mercado. Dito isto, a análise do ciclo de vida é realmente um trabalho de especialista: é necessário conhecer as ferramentas, as normas, etc. Na Decathlon, estamos empenhados em apoiar os engenheiros de produto, ajudá-los a fazer as escolhas certas e torná-los responsáveis por uma oferta de produtos mais responsáveis… incluindo a sistematização da avaliação dos produtos no trabalho quotidiano dos engenheiros.

A PEF funciona, assim, como um acelerador: não é necessário colocar todas as questões desde o início para cada produto, porque a PEF já esclareceu o que é importante avaliar e como o fazer.

As regras gerais de avaliação de um produto são actualmente estabelecidas pela PEF. Os trabalhos de pormenor para especificar estas regras por tipo de produto (alimentação, vestuário, calçado, etc.) estão também a ser coordenados pela Comissão Europeia.

As regras precisas para o vestuário e o calçado ainda estão a ser elaboradas e a Decathlon está a participar neste trabalho. No entanto, é possível aplicar já os últimos desenvolvimentos da PEF e este trabalho específico ao vestuário e ao calçado, que é o que estamos a fazer na Decathlon.

A PEF é como uma grande calculadora: introduz-se dados (por exemplo, matérias-primas, onde se realizam as fases de fabrico e tingimento, etc.) e converte-os num equivalente de impacto ambiental utilizando uma base de dados.

Para o implementar na Decathlon, utilizamos uma ferramenta externa, "Glimpact" (desenvolvida pela empresa Yukan). O desafio é então mais uma questão informática: temos de ser capazes de a integrar no trabalho dos engenheiros. Em termos concretos, é a ferramenta dos designers que teve de evoluir para que todos os dados possam ser seleccionados nesta ferramenta.

Tudo isto está ao serviço de uma ideia: sensibilizar todas as equipas para o facto de que a qualidade dos dados é essencial para obter uma pontuação PEF de qualidade.

A ambição é não só clarificar as regras de cálculo, mas também a forma como estas são posteriormente transcritas.
É por isso que, desde a implementação, a forma como é apresentada está a mudar. Porque, no final, há muita informação a ser partilhada!

Não é bem assim: a pontuação PEF dá um resultado. Não é uma pontuação ABCDE, um "bom ou mau", é um número, como um preço, por exemplo.
Cabe então ao consumidor comparar e ver o que considera aceitável ou não.
O que é complicado hoje em dia é que, ao contrário dos preços, as ordens de grandeza não existem, pelo menos por enquanto.
Isto deve-se ao facto de uma pontuação PEF incluir todo o ciclo de vida, ao contrário de um preço que não tem em conta a manutenção posterior, por exemplo. Uma T-shirt custará o mesmo, quer a use uma ou mil vezes. Neste caso, o valor pode ser diferente: consoante o número de utilizações, o impacto não é o mesmo.
Esta é uma parte dos elementos que ainda precisam de ser enquadrados e que, sem dúvida, irão evoluir ainda mais.

Sim, porque trata de questões ambientais.
A lei AGEC exige dados de entrada (substâncias perigosas, metais preciosos, origem dos corantes, fábricas de fiação…). Esta lei deverá permitir acelerar a obtenção de certos dados que até agora eram difíceis de obter (como o fornecimento de têxteis). No entanto, também há diferenças: a PEF não pede para medir certos itens (como o composto das embalagens), enquanto a lei AGEC tem outros preconceitos, como as embalagens.

Falamos da Europa, mas e a Ásia, por exemplo? O que está a acontecer noutros lugares?
Existem equivalentes privados da análise do ciclo de vida e, por vezes, investigação sobre o assunto. Mas atualmente, do ponto de vista institucional, foi a França e depois a Europa que abriram o tema.