Picto que mostra 2 pessoas a comunicar

Para que serve uma "COP"?

É a grande cimeira mundial do clima desde 1995. Uma breve panorâmica deste universo complexo e decisivo.

É convocada uma nova "COP" em intervalos regulares, reunindo os países de todo o mundo para decidir coletivamente acerca do que estamos prontos a fazer para tentar, no geral, salvaguardar a vida no nosso planeta. Pode-se dizer que uma parte do nosso futuro está aqui em jogo…

Em que consiste uma "COP"?

Comecemos pelo nome, na forma de acrónimo: "COP" significa "Conferência das Partes" (Conference of the Parties, em inglês).

As partes são, aqui, os países. Mais especificamente, é uma cimeira internacional em que os Estados se reúnem para discutir um tema (neste caso, as alterações climáticas) e decidir em conjunto os objetivos comuns a alcançar.

Quando se fala em COP, pensa-se normalmente na COP do Clima. Ora, existe também uma COP sobre a biodiversidade e outra sobre a desertificação.

As COP, organizadas no quadro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as alterações climáticas, foram inventadas em 1992 na Cimeira da Terra no Rio de Janeiro (Brasil). Reúnem 196 Estados e têm lugar todos os anos (em novembro ou dezembro). A primeira de sempre, a COP 1, realizou-se em 1995, em Berlim. Durante as cimeiras, que se realizam sempre numa cidade diferente, os países negociam um roteiro e assumem compromissos para combater as alterações climáticas.

Note-se que falamos aqui das COP sobre o clima, mas existem duas outras versões: as COP sobre a biodiversidade e as COP de combate à desertificação, ambas associadas às Convenções das Nações Unidas igualmente celebradas, em 1992 no Rio de Janeiro. Podemos aqui citar a COP da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES).

Não se realizam COP necessariamente todos os anos: por isso é que existe uma COP 27 do clima no mesmo ano que uma COP 15 da biodiversidade, etc.

Quem participa nas COP?

Muita gente de todo o mundo! Uma edição pode reunir até 40 000 pessoas. Os principais atores são as delegações nacionais: as equipas de negociadores enviadas por cada país. São elas que vão impulsionar os debates e é nelas que dependem os resultados finais das cimeiras. Mas não estão sozinhas. É mobilizado todo um ecossistema nas COP, seja um conjunto de atores que procuram dialogar, defender os seus próprios interesses (ou o interesse geral) e tentar intervir na temática das discussões.

De entre eles, destacam-se: as ONG; as empresas; os sindicatos; os representantes de populações autóctones; os jornalistas; os cientistas; etc. E por último, os cidadãos: tu e eu podemos, de facto, juntarmo-nos às COP, onde espaços reservados ao público geral apresentam exposições, debates e workshops sobre o tema das alterações climáticas. Estes espaços públicos são organizados pelo país anfitrião, enquanto o espaço "pro" é gerido pela ONU.

Quais são os objetivos de uma COP?

O grande desafio das COP do clima é chegar a um acordo acerca da redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) provocadas pela atividade humana e das medidas a tomar para diminuir o aquecimento global. Portanto, falamos aqui de negociações de valores: quanto CO2 rejeitamos e quantos graus deixamos o planeta aquecer.
Os negociadores baseiam-se nos famosos relatórios do IPCC, uma espécie de "bíblia" do aquecimento global, nos quais se compila todo o atual conhecimento científico.

Folha

Como atua a Decathlon em relação às temáticas associadas ao desenvolvimento sustentável?

Biodiversidade, clima, poluição dos oceanos por plástico: 3 temas a que a Decathlon se dedica especialmente: Porquê estes 3? Como? Fica a saber todas as informações sobre os métodos para enfrentar estes desafios.

Que avanços se podem esperar?

Bem, os COP raramente espoletam grandes ruturas em matéria de combate contra as alterações climáticas. Chegar a um acordo entre 196 países não é, de facto, tarefa fácil. O sistema do compromisso implica que os progressos se façam aos poucos. No entanto, foram várias as COP que marcaram a história:

- a COP 3: no Japão, em 1997, a terceira edição da COP sobre o clima deu origem ao célebre Protocolo de Quioto. Pela primeira vez, é aprovado um texto juridicamente vinculativo. Estabelece que os 55 países mais industrializados (e, por isso, os mais poluentes) devem reduzir no mínimo 5% as emissões de gases com efeito de estufa entre 2008 e 2012, face aos níveis de emissões de 1990.

- a COP 15: na Dinamarca, em 2009, a décima quinta COP da história ficou para a história como a da vergonha… Após intermináveis negociações, e quando se esperava que atualizassem os objetivos do protocolo de Quioto, os Estados não quiseram entender-se e definir novas metas. Resultado: uma simples declaração de intenção, três breves páginas e um rotundo fracasso.

- a COP 21: em França, em 2015, a COP21 é encerrada com a assinatura do acordo de Paris. É o primeiro tratado internacional juridicamente vinculativo sobre alterações climáticas que reuniu (quase) todos os países do mundo. Ratificado por 192 partes, visa manter o aquecimento global bem abaixo dos 2°C relação aos níveis pré-industriais.

- a COP 11 da biodiversidade permitiu criar o IPBES, um grupo de cientistas mandatados pela ONU (o equivalente a um IPCC, versão biodiversidade).

Estes quadros estabelecidos a nível global são absolutamente necessários para que uma empresa possa agir: sem quadro, cada empresa poderia visar uma meta diferente, não haveria moratória internacional… E seria difícil avaliar os progressos de uma empresa.

Parede

Em suma

Numa COP, os cientistas indicam as trajetórias possíveis.
Os governos estão lá para identificar as trajetórias que pretender seguir.
As empresas baseiam-se nessas trajetórias para trabalhar nas suas.

A COP 15 da Biodiversidade

A COP15 da biodiversidade foi realizada em Montreal, em dezembro de 2022.
"A COP15 irá centrar-se na conservação da natureza e nos meios para pôr termo à perda de biodiversidade em todo o mundo. A prioridade do governo canadiano é mobilizar a COP15 no sentido de se alcançarem os resultados desejados para a natureza. Os parceiros internacionais devem urgentemente pôr fim à alarmante perda de biodiversidade no mundo e inverter a maré.", podia ler-se no site do país anfitrião.

Na da WWF, o discurso foi ainda mais claro: "O acordo mundial sobre a biodiversidade que deverá ser aprovado em Montreal em dezembro não pode esperar mais: a biodiversidade está a degradar-se a grande velocidade, a população de vertebrados caiu 68% entre 1970 e 2016 (de acordo com o índice planeta vivo do WWF), 75% dos recifes de corais estão ameaçados, metade das florestas tropicais húmidas, que albergam dois terços da biodiversidade terrestre do planeta, foram erradicadas em 20 anos e um terço das populações de peixes são hoje vítimas de sobrepesca. Acima de tudo, como as crises vividas nos últimos dois anos sublinharam repetidas vezes: não há humanos saudáveis num planeta devastado, não há segurança alimentar sem biodiversidade, não há economia estável sem o respeito pelos limites do planeta."

O sucesso das COP depende em grande medida da capacidade dos Estados de tomar medidas para ativar importantes mecanismos. O futuro do clima depende (um pouco) das COP mas também de nós, empresas, para impulsionar a evolução de certas práticas (incentivar o aluguer, a segunda vida, etc.).
E também de cada cidadão que tem poder sempre que decide consumir (ou não) um produto.

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